Roubo a você


Roubo a você...

Tempo não se faz, não se ganha
rouba-se

Pois, roubo tempo
para escrever isto
sem saber porque

Roubo um tempo
sem dono, no abandono,
para escrever que escrevi
da morte, do amor,
dos sonhos,
do próprio tempo,
do pessimismo

Impossível tirar do infinito,
nada lhe falta,
já duvido se roubo

Roubo da coisa, para falar
da mesma coisa

Roubo de alguém
que me paga o tempo.
E infinito se compra?
Compra-se infindamente
Compra infinita,
venda infinita

Roubo para mostrar a desilusão sentida
quando disseram-me
the life isn’t it”

Roubo para lembrar os críticos
que para nada servem,
dizendo da frase em inglês colocada

Roubo até para dizer que roubo
Roubo de você que lê sobre o roubo meu.
Roubo a tinta e o papel.
E eu que pensei que roubava só o tempo

Roubo o leite do recém nascido
Roubo da natureza, sua beleza,
Para enfeitar minha casa

Roubamos mais, bem mais,
do que imaginamos roubar.

Tony Arlen

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